Evento discute o futuro da gestão dos clubesPor Daniel D’amelio, em 19/09/2012
Ontem, dia 17, aconteceu em São Paulo (SP), na sede da Sociedade Esportiva Palmeiras, o Seminário Brasil Sport Market, organizado pela Trevisan Escola de Negócios e Pluri Consultoria.
Uma boa oportunidade para a discussão do futuro da gestão dos clubes de futebol do Brasil. Neste contexto, tudo o que envolve a geração de novas fontes de receitas, sob a supervisão dos departamentos de marketing, foi debatido no evento. Desde a criação das novas arenas até o crescimento de patrocinadores.
Um dos exemplos apresentados foi do Vasco (RJ), que depois de cair para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro de futebol em 2008, aproveitou para se reorganizar. E o setor de marketing se tornou fundamental no processo de retomada. Só no ano passado, o clube fechou com R$ 74 milhões de faturamento em licenciamento de produtos, e ainda parcerias com 94 empresas.
Outros dois casos emblemáticos, nesse sentido, são as viradas de gestão de duas equipes paulistas: Santos e Corinthians. O último, atualmente, é o clube brasileiro que mais fatura nas mais diversas opções do portifólio corintiano. A apresentação foi feita pelo seu vice-presidente, Luis Paulo Rosenberg, que revelou a diversificação de lançamentos. Exemplo: o Cemitério do Corinthians (será lançado em breve).
Já o Santos saiu do montante total de R$ 72 milhões de dívidas, no final de 2009, para desenvolver um modelo de negócio capaz de manter Neymar, o principal jogador brasileiro, vestindo a camisa santista. Quando começamos a nossa gestão, não existia nem fluxo de caixa, revelou Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro. Entre outras atitudes, ele profissionalizou todas as áreas administrativas, com remuneração financeira. Apenas o presidente, vice e grupo de conselheiros não são pagos.
Novos clubes
Quem acompanha futebol sabe que nas últimas décadas acontece um fenômeno no país: a fundação de novos clubes. Em comum, vários deles possuem estratégias de rentabilização e crescimento, previamente, planejadas. Algo não muito comum nas antigas agremiações. Alguns exemplos: Red Bull Brasil, Guaratinguetá, Olé Brasil, Primeira Camisa e Desportivo Brasil.
Outro chamado clube-empresa é o Audax (clube com sedes em São Paulo e Rio de Janeiro). Durante a sua palestra, José Carlos Brunoro, consultor e principal executivo da iniciativa, contou a sua experiência ao longo de mais de 20 anos com o Palmeiras e Juventude (Parmalat); Fórmula 1 etc.
Os grandes clubes do país não precisam se tornar empresas, basta ter mentalidade empresarial, ressaltou Brunoro. Ele ainda contou que, no futuro próximo, o Grupo Pão de Açúcar (proprietário do Audax) deve utilizar as camisas para divulgar as suas marcas.
Presença maciça dos executivos
No seminário Brasil Sport Market, estiveram presentes vários dos principais executivos de clubes de futebol do país. Entre eles: Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro (presidente do Santos FC); Edu Gaspar (gerente de futebol do Corinthians); e Rodrigo Caetano (diretor de futebol do Fluminense).
Também compareceram os principais diretores de marketing dos clubes brasileiros, como: Armênio Neto (Santos FC); Caio Campos (marketing do Corinthians); Jorge Avancini (Internacional); Marcelo Guimarães (Botafogo); e Marcos Blanco (Vasco da Gama). Todos eles fizeram apresentações e mostraram os resultados de suas administrações nos últimos anos.
Premiações
O público, que compareceu ao evento, viu três premiações em reconhecimento às gestões dos clubes brasileiros durante o ano passado. O primeiro deles foi para o Vasco(RJ). O prêmio recebido foi de Eficiência na Gestão do Futebol, pelas conquistas mesmo sendo apenas o décimo maior orçamento do Brasil.
Depois, Jorge Avancini, do Internacional (RS), subiu ao palco para ser considerado o melhor Executivo de Marketing do país, em 2011. E, como Executivo do Esporte, foi nomeado Rodrigo Caetano pelo o seu trabalho realizado no Vasco (campeão da Copa do Brasil e vice do Brasileirão).