Adriano volta ao Flamengo desvalorizado no mercado

Adriano volta ao Flamengo desvalorizado no mercado
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24.08.2012| 07:03

Em quatro meses de Flamengo, Adriano poderá receber um total de R$ 800 mil. Valor que sequer atinge os vencimentos mensais de R$ 1 milhão desembolsados pela Inter de Milão ao atacante na temporada 2008/2009. O declínio salarial é apenas uma variável que envolve o cenário de desvalorização que cerca o Imperador.
No Rubro-Negro, além dos R$ 50 mil por jogo, como revelado ontem pelo LANCE!, o camisa 10 terá direito a um salário de R$ 50 mil até dezembro. Com R$ 200 mil garantidos, Adriano ainda terá ao menos 12 jogos para faturar mais R$ 600 mil, considerando que ele perca só oito partidas durante os 30 dias projetados para que consiga readquirir a melhor forma física.
O valor mensal é inferior ao próprio salário pago ao jogador pelo Flamengo na renovação após a conquista do Nacional em 2009. Nas passagens pelos outros clubes brasileiros, São Paulo, em 2008, e Corinthians entre 2011 e 2012, o Imperador também fez contratos nos padrões europeus.Do Tricolor paulista, foram R$ 400 mil, sendo que metade era de responsabilidade do São Paulo e o restante da Inter. No Corinthians, por sua vez, o jogador encabeçava a lista dos salários mais altos do elenco, ganhando R$ 580 mil.
Adriano também já não inflaciona valores milionários que dizem respeito à transações que o envolvam. Com uma desvalorização de 95% desde 2001, segundo pesquisa divulgada pela Pluri Consultoria em março, o Imperador gerou negociações gratuitas aos clubes que o contrataram, sejam por empréstimo ou definitivo, nas quatro últimas temporadas, como agora na volta ao Fla.
Perda de valor poderá aumentar
A desvalorização de Adriano poderá ganhar novas estatísticas negativas. Depois do episódio em que o jogador foi demitido pelo Corinthians, em março, a perda de valor de mercado do Imperador desde 2001 atingiu o índice de 95%. A empresa responsável pela pesquisa, a Pluri Consultoria, já prepara novos estudos, mas acredita que a tendência se manterá.
– Deverá cair. Adriano está em uma fase que precisará jogar muito para inverter o atual cenário. A idade é um fator que pesa muito nos critérios da pesquisa. Ele tem mais de 30 anos e um histórico recente de dois, três anos praticamente parado. Ele tem capacidade para isso, mas teremos de ver como funcionará na prática – explicou ao L! Fernando Ferreira, diretor da Pluri.
No estudo realizado pela empresa, o Imperador deixou o Corinthians cotado em 1 milhão de euros (R$ 2,5 milhões). O valor é a metade do que custaria o jogador antes da chegada ao clube paulista.
O auge do Imperador, em termos de valorização, ainda segundo a pesquisa, aconteceu em 2006, quando o atacante defendia a Inter de Milão e disputou a Copa do Mundo. No ano anterior, ele havia sido um dos destaques na conquista do título da Copa das Confederações.Com a palavra

Fernando FerreiraDiretor da Pluri Consultoria
Quando se faz uma análise de valor de jogador no mercado do futebol, projetamos uma tendência de preço futuro que poderá ser neutro, alto e baixo. Não fizemos uma nova atualização desde a primeira pesquisa sobre Adriano, mas tudo indica que vai cair. Antes, precisaremos avaliar como será o retorno do jogador ao Flamengo. Em uma pesquisa como essa são levados em conta 64 indicadores que incluem critérios como comportamento tático, condição física, retorno de marketing ao clube, como é o relacionamento fora de campo e dentro do grupo de companheiros, diretoria, torcida… É uma avaliação muito ampla e completa. No caso do Adriano, uma coisa que pesa a favor do jogador é a capacidade de definição e isso é um critério relevante. Contra ele, entretanto, há a questão da idade, que é um dos pontos mais importantes do estudo. O jogador atinge o auge do valor em torno dos 27, 28 anos. A partir disso, entra em queda. Alguns aceleram isso e é o caso de Adriano, que já tem mais de 30. Os problemas fora de campo e a atual condição física influenciaram muito.

O declínio salarial do Imperador
2008/2009 – Inter de Milão (ITA): R$ 1,05 milhão/mês
2008 – São Paulo: R$ 400 mil/mês (R$ 200 mil pagos pelo São Paulo e outros R$ 200 mil pagos pela Inter)
2009/2010 – Flamengo: R$ 450 mil/mês
2010/2011 – Roma (ITA): R$ 633 mil/mês
2011/2012 – Corinthians: R$ 580 mil/mês
2012 – Flamengo: R$ 50 mil/mês + R$ 50 mil/jogo
A desvalorização do Imperador (Fonte: Pluri Data, Pluri Soccermetric/Divulgada em março deste ano)
Ano                 Clube em que atuava                     Valor de mercado (em milhões de euros)2001                     Flamengo                                    7,02002                     Parma                                         15,02003                     Inter de Milão                               19,02004                     Inter de Milão                               28,02005                     Inter de Milão                               28,02006                     Inter de Milão                               31,02007                     Inter de Milão                               22,02008                     São Paulo                                     14,02009                     Inter de Milão                                15,02010                     Roma                                           9,02011                     Corinthians                                    3,02012                     Flamengo                                      1,5
A queda de preço nas tranferências (Fonte: Site de marketing esportivo Transfermarkt)
2001/2002: Flamengo para Inter de Milão – 7 milhões de euros (R$ 17,8 milhões)2001/2002: Inter de Milão para Fiorentina – empréstimo gratuito2002/2003:Inter de Milão para Parma – 12,8 milhões de euros (R$ 32,5 milhões) por parte dos direitos econômicos do jogador2003/2004: Parma para Inter de Milão – 15 milhões de euros (R$ 38,1 milhões) por parte dos direitos econômicos do jogador2007/2008:Inter de Milão para São Paulo – empréstimo gratuito2008/2009: Inter de Milão para o Flamengo – empréstimo gratuito2010/2011: Flamengo para Roma – transferência sem custos2010/2011: Roma para Corinthians – transferência sem custos